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quinta-feira, 3 de maio de 2012
Evita Perón
Eva Perón - A idolatrada mãe dos pobres
Filha ilegítima e desprezada, Evita tornou-se poderosa graças à sua determinação feroz. Sua mais cara e realizada promessa: ajudar os desvalidos.
Uma Homenagem a evita Perón
Em 24 de agosto de 1951, Eva fala a uma multidão de mulheres.
Só me casarei com um príncipe ou um presidente", dizia Maria Eva Duarte quando vivia em Los Toldos, sua cidade natal no meio do pampa. Desprezada por todos como filha ilegítima, a criança almejava um futuro radiante como ouvia nas novelas de rádio, lia nas revistas de cinema e via nos filmes de Hollywood. O pai, don Juan Duarte, proprietário de terras, havia literalmente comprado sua mãe, a bela Juana Ibarguren, em troca de um jumento e uma carroça. Da união nasceram quatro meninas e um menino. Evita, a caçula, em 7 de maio de 1919. Ela mal conheceu o pai, que em seguida regressou ao católico lar onde o esperavam a esposa e filhos legítimos.
Dona Juana enfrentou sozinha as vicissitudes e, quando a caçula Evita estava com 11 anos, mudou-se com os filhos para Junín, uma vila na mesma província de Buenos Aires. O preconceito, porém, era igual. Os colegas de escola, por exemplo, não tinham permissão de cortejar Evita, em razão da origem. Não obstante, suas três irmãs mais velhas progrediram socialmente. Encontraram trabalho e fizeram bons casamentos.
Restaram os rebeldes: Juancito e Eva, a sonhadora decidida a tentar a vida no mundo do espetáculo. Humilhações demais lhe renderam um caráter duplamente genioso e uma vontade indomável. Aos 15 anos, em um dia 2 de janeiro de 1935, ela partiu para a capital, Buenos Aires. Apelidada de "Paris da América do Sul", a cidade fora arruinada pela crise mundial de 1929-30 e dependia das exportações de carne e de trigo, Eva, pálida e morena, batia incansavelmente às portas dos teatros. Seu único trunfo, a obstinação. Fora a teimosia que se tornou lendária, ela não tinha grande coisa a oferecer. Sem real talento artístico nem extraordinária beleza, ela era ignorante, arredia. Às humilhações vividas, somaram-se outras. Histórias bastante banais: diretores que exerciam a sedução, amantes de algumas horas. À mãe e às irmãs, que lhe suplicavam a volta para Junín, respondia sempre: "Primeiro, a celebridade".
De fato, em 1939, ela conseguiu se impor como atriz radiofônica. Encarnava as heroínas chorosas de novelas semelhantes às que haviam forjado sua ambição.
Atriz e líder política argentina (7/5/1919-26/7/1952). Nasce em Los Toldos, próximo a Buenos Aires, em uma família pobre. Com 16 anos, decide seguir a carreira artística e muda-se sozinha para a capital argentina. Em 1937 estréia no cinema no filme Segundos Afuera e, em seguida, é contratada para fazer radionovelas. Em 1944 conhece Juan Domingo Perón, então vice-presidente da Argentina e ministro do Trabalho e da Guerra.
No ano seguinte, Perón é preso por militares descontentes com sua política, voltada para a obtenção de benefícios para os trabalhadores. Evita, então apenas a atriz Eva Duarte, organiza comícios populares que forçam as autoridades a libertá-lo.
Pouco depois se casa com Perón, que se elege presidente em 1946. Famosa por sua elegância e seu carisma, Evita conquista para o peronismo o apoio da população pobre, na maioria migrantes de origem rural a quem ela chamava de "descamisados". Morre aos 33 anos, de leucemia.
Embalsamado, seu corpo fica exposto à visitação pública até que, durante o golpe de Estado que derruba Perón em 1955, seus inimigos políticos sequestram o cadáver e o ocultam durante 16 anos. Em 1971, o corpo é devolvido por um oficial argentino ao ex-presidente em Madri, onde ele vive exilado.
Perón volta à Argentina em 1973 e é reeleito presidente, tendo a terceira mulher, Isabelita, como vice. Após sua morte, em 1974, Isabelita traz os despojos de Evita para a Argentina e os sepulta em Buenos Aires.
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