QUE FAZER SENÃO ABRI-LA
E ESPERAR QUE A MANHÃ NÃO TENHA PRESSA?
VERSOS DE INTENSA BELEZA FLORBELA...
ATÉ AMANHÃ, AMIGOS!
LT & CC
FLORBELA ESPANCA, in RELIQUIAE (1934), in SONETOS (Ediclube, 1995)
SILÊNCIO!...
No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...
Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!
Estou junto a ti e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...
Acrílico sobre tela: At Passion's Door, de Jacqui Faye Fonte:https://www.facebook.com/fatima.gomes
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