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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

DROGAS E POPULAÇÃO INFANTO-JUVENIL DE RUA: QUE DROGA!


DROGAS E POPULAÇÃO INFANTO-JUVENIL DE RUA: QUE DROGA!



Imagine um pai de família cujo filho inicia os estudos de segundo grau.

Esse garoto some dias e noites inteiras, começa a andar em más companhias, torna-se irascível, incomunicável, raciocínio lento e, praticamente, abandona a escola.

Com o passar do tempo, começa a ter problemas com a polícia, a viver escondido, roubar dentro de casa, vender as propriedades da família, deixa de se alimentar direito, tem a saúde debilitada, torna-se violento e constantemente chega em casa marcado por lesões corporais.

O garoto, sonho de conquista dos pais, é mais uma vítima das drogas. É um desconhecido a maltratar sua mãe, chutar seus irmãos, bater na mulher e barbarizar os filhos se já for casado. Via de regra, faz parte de organizações sociais marginais e transforma a vida no lar de seus entes queridos num verdadeiro inferno.

Ele, muitas vezes sem saber, é também responsável pelo recrudescimento da violência pública, pois comprando drogas financia o tráfico de armas de fogo e a barbárie recorrente do narcotráfico. O sonho dos pais virou um pesadelo interminável e, enquanto enriquece traficantes, o garoto é só mais um que nas ruas morre lentamente.

Esse quadro acha-se instalado hoje no seio da grande maioria das famílias brasileiras. É terrível e parece sem solução. E se agrava se levarmos em conta o número de crianças e jovens que trabalham ou dormem nas ruas do País. São 23.973 espalhados pelas 75 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Destes, 63% foram parar nas ruas por causa de brigas domésticas. Os dados são do censo nacional encomendado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável (IDESP), obtidos com exclusividade pelo Estado (estadao.com.br).

Em relação ao perfil, traçado pela primeira vez, 20 anos após a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, aparece uma predominância de jovens que se revelam pardos, morenos e negros. Representam 72,8%, o que representa quase o dobro da proporção na população brasileira (44,6%).

Outro aspecto importante é o educacional: apenas 6,7% dos que estão na rua concluíram o ensino fundamental.

O resultado da pesquisa que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente ajuda a aprofundar as causas que levam as crianças e os jovens para as ruas, além de permitir conhecer quem são.

Conforme os resultados, 59% dos que estão na rua voltam para dormir na casa dos pais, parentes ou amigos, o que indica que a rua é vista por muitos como um local para ganhar dinheiro, por meio de esmolas e venda de produtos, entre outras ações. E entre essas ‘outras ações’ não é temerário afirmar que são atraídos por traficantes e inseridos no criminoso negócio de venda de drogas.

Em contato com os traficantes, que passam a ser vistos como patrões, essas crianças e jovens acabam se tornando consumidores e depois de algum tempo, com o aval do ‘patrão’, montam seus pontos de venda.

Para reverter esse quadro, ou pelo menos salvar aqueles que ainda não caíram na armadilha dos traficantes, torna-se urgente a implantação de uma política nacional para essa população, em todas as regiões do País, com aplicação continuada de trabalhos técnicos voltados à reestruturação familiar, à resolução de conflitos dentro da casa e nas comunidades onde vivem os jovens, suporte escolar, condições e incentivo a práticas desportivas e medidas de saúde voltadas principalmente à dependência de drogas.

O Estado deve fazer a sua parte e a sociedade, com atitudes simples, pode contribuir para que essas crianças e jovens que ainda não foram contaminadas pelas drogas deixem de sentir esse gostinho de que melhor é estar nas ruas esmolando do que no lar, na escola, na igreja, nas oficinas de aprendizagem profissional.

Para tanto devemos abandonar essa visão distorcida de caridade, pois o dinheiro dado para a criança na rua a estimula a voltar no dia seguinte, assim como incentiva os pais a forçarem a criança a voltar.

Benito"Prof. BENITO DE ANDRADE"

Com informações do estadao.com.br

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