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sábado, 26 de maio de 2012

Pablo Neruda

Vês estas mãos?
Mediram a terra, separaram os minerais e os cereais,
fizeram a paz e a guerra, derrubaram as distâncias
de todos os mares e rios,
e, no entanto, quando te percorrem a ti,
pequena, grão de trigo, andorinha,
não chegam para abarcar-te,
esforçadas alcançam as palomas gêmeas
que repousam ou voam no teu peito,
percorrem as distâncias de tuas pernas,
enrolam-se na luz de tua cintura.
Para mim és tesouro mais intenso de imensidão
que o mar e seus racimos
e és branca, és azul e extensa como a terra na vindima.
Nesse território, de teus pés à tua fronte,
andando, andando, andando, eu passarei a vida.
Fonte;http://www.poesiaspoemaseversos.com.b

segunda-feira, 21 de maio de 2012

As Rosas - Machado de Assis

As Rosas
Rosas que desabrochais, Como os primeiros amores, Aos suaves resplendores Matinais; Em vão ostentais, em vão, A vossa graça suprema; De pouco vale; é o diadema Da ilusão. Em vão encheis de aroma o ar da tarde; Em vão abris o seio úmido e fresco Do sol nascente aos beijos amorosos; Em vão ornais a fronte à meiga virgem; Em vão, como penhor de puro afeto, Como um elo das almas, Passais do seio amante ao seio amante; Lá bate a hora infausta Em que é força morrer; as folhas lindas Perdem o viço da manhã primeira, As graças e o perfume. Rosas que sois então? – Restos perdidos, Folhas mortas que o tempo esquece, e espalha Brisa do inverno ou mão indiferente. Tal é o vosso destino, Ó filhas da natureza; Em que vos pese à beleza, Pereceis; Mas, não... Se a mão de um poeta Vos cultiva agora, ó rosas, Mais vivas, mais jubilosas, Floresceis. Machado de Assis, in 'Crisálidas'