Obrigada pela visita

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terça-feira, 13 de maio de 2014

ANTES DE EU MERECER MINHA MÃE, ELA TEVE QUE ME MERECER

ANTES DE EU MERECER MINHA MÃE,
ELA TEVE QUE ME MERECER
(Autor Desconhecido)

Este ano quase 100 mil mulheres se tornarão mães de crianças com deficiência.
Você alguma vez já pensou como as mães dos deficientes são escolhidas?
Eu já.
Uma vez visualizei Deus, pairando sobre a terra, selecionando o seu instrumento de propagação, com um grande carinho e compassividade. Enquanto Ele observava, instruía seus anjos a tomarem nota em um grande livro:
- Para Carla Silva, um menino, anjo da guarda Mateus.
- Para Maria Santos, uma menina, anjo da guarda Cecília.
- Para Dorotéia de Paula, gêmeos, anjo da guarda, mande o Gerard ele está acostumado.
Finalmente, ele passa um nome para um anjo, sorri e diz:
- Dê a ela uma criança com deficiência.
O anjo cheio de curiosidade pergunta:
- Por que a ela senhor? Ela é tão alegre...
- Exatamente por isso. Como eu poderia dar uma criança com deficiência para uma mãe que não soubesse o valor de um sorriso? Seria cruel.
- Mas será que ela terá paciência?
- Eu não quero que ela tenha muita paciência, porque aí ela com certeza se afogará no mar da auto-piedade e desespero. Logo que o choque e o ressentimento passarem, ela saberá como se conduzir.
- Senhor, eu a estava observando hoje. Ela tem aquele forte sentimento de independência. Ela terá que ensinar a criança a viver no seu mundo e não vai ser fácil. E além do mais Senhor, eu acho que ela nem acredita na sua existência.
Deus sorri.
- Não tem importância. Eu posso dar um jeito nisso. Ela é perfeita. Ela possui o egoísmo no ponto certo.
O anjo engasgou.
- Egoísmo? E isso é por acaso uma virtude?
Deus acenou um sim e acrescentou:
- Se ela não conseguir se separar da criança, de vez em quando, ela não sobreviverá. Sim, essa é uma das mulheres que eu abençoarei com uma criança menos perfeita. Ela ainda não faz idéia, mas ela será também muito invejada. Sabe, ela nunca irá admitir uma palavra não dita, ela nunca irá considerar um passo adiante, uma coisa comum. Quando sua criança disser "mamãe", ela estará presenciando um milagre. Quando ela descrever uma árvore ou um pôr do sol para seu filho cego, ela verá como poucos já conseguiram ver a minha obra. Eu a permitirei ver claramente coisas como ignorância, crueldade, preconceito e a ajudarei a superar tudo. Ela nunca estará sozinha. Eu estarei ao seu lado cada minuto de sua vida, porque ela está trabalhando junto comigo.
- Bom e quem o senhor está pensando em mandar como anjo da guarda?
Deus sorriu.
- Dê a ela um espelho, é o suficiente.

DORES DAS ÁFRICAS


DORES DAS ÁFRICAS


Aldeias e mais aldeias
Neste continente imenso
A poeira parece incenso
Volitando pelo ar.
O sol queimando o chão
Sem água, o ar rarefeito
Mulher doente no leito
Dando ao filho de mamar.

De seus seios ressecados
Algumas gotas perdidas
Das suas mamas sofridas
Na ausência de alimentação.
O pedido da criança
De choro enfraquecido
Esquelético e esquecido
Pelo poder da nação.

Arrastando-se pelo chão
Nas esquinas dos povoados
No alto vesse os revoados
Dos urubus em lamento.
Eles próprios esfomeados
Esperando alguma morte
Criança com pouca sorte
Ela própria vira alimento.

Os dejetos viram comida
Bichos vermes e animais
Quem sabe até canibais
Deus não semeia estes carmas.
Horrores feitos por homens
Usando mal a riqueza
Que a vida humana despreza
Em vez de alimento, armas.

Que gritos de desespero
Que não saem da garganta
Já, a desgraça não espanta
Ao homem, nem a nação.
Os pedidos de mães e filhos
Parece que Deus não escuta
Na boca o gosto de cicuta
Por falta de água e pão.

O desprezo pelas vidas
É tão banal e profundo
Que a metade do mundo
Sofre de desnutrição.
Se isso é civilidade
No coração das criaturas
Impondo essas torturas
De Deus não temos perdão.

ACA


Leia mais: http://www.cacef.info/news/dores-das-africas/?utm_source=copy&utm_medium=paste&utm_campaign=copypaste&utm_content=http%3A%2F%2Fwww.cacef.info%2Fnews%2Fdores-das-africas%2F

segunda-feira, 28 de abril de 2014

9º Maria Lopes e Culturas no Ranking TOP30 Brasil

                                   Top30 Brasil
   
Maria Lopes e Culturas

 Obrigada por sua confiança em nosso trabalho. Maria Lopes.
            






sexta-feira, 25 de abril de 2014

100 livros essenciais da Literatura Brasileira

100 livros essenciais da Literatura Brasileira

Depois de muito tempo voltei para atualizar e movimentar o blog e como não poderia deixar passar em branco, achei navegando na net essa relação dos100 livros essenciais da Literatura Brasileira.
São livros bons e que merecem atenção especial.

Um grande abraço e boa leitura.

.
100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira

#1 Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas
#2 Machado de Assis – Dom Casmurro
#3 Graciliano Ramos – Vidas Secas
#4 Euclides da Cunha – Os Sertões
#5 Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas
#6 Carlos Drummond de Andrade – A Rosa do Povo
#7 Manuel Bandeira – Libertinagem
#8 Raduan Nassar – Lavoura Arcaica
#9 Clarisse Lispector – A Paixão Segundo G.H.
#10 Mário de Andrade – Macunaíma – O herói sem nenhum caráter
#11 Álvares de Azevedo – Lira dos Vinte Anos
#12 Erico Verissimo – O Tempo e o Vento
#13 João Cabral de Melo Neto – Morte e Vida Severina
#14 Nelson Rodrigues – Vestido de Noiva
#15 Oswald de Andrade – Serafim Ponte Grande
#16 Lúcio Cardoso – Crônica da Casa Assassinada
#17 Castro Alves – Os Escravos
#18 José de Alencar – O Guarani
#19 Cecília Meireles – Romanceiro de Inconfidência
#20 Lima Barreto – Triste Fim de Policarpo Quaresma
#21 Graciliano Ramos – São Bernardo
#22 Clarice Lispector – Laços de Família
#23 Padre Antônio Vieira – Sermões
#24 Lygia Fagundes Telles – As Meninas
#25 Guimarães Rosa - Sagarana
#26 Mário Quintana – Nova Antologia Poética
#27 Plínio Marcos – Navalha na Carne
#28 Hilda Hilst – A Obscena Senhora D
#29 Vinícius de Morais – Nova Antologia Poética
#30 Antônio de Alcântara Machado – Brás, Bexiga e Barra Funda
#31 Mário de Andrade – Paulicéia Desvairada
#32 Gonçalves Dias – I-Juca Pirama
#33 Pedro Nava – Baú de Ossos
#34 Nelson Rodrigues – A Vida Como Ela É
#35 João do Rio – A Alma Encantadora das Ruas
#36 Manuel Bandeira – Estrela da Manhã
#37 Gregório de Matos – Obra Poética
#38 Jorge Amado – Gabriela, Cravo e Canela
#39 Tomás Antônio Gonzaga – Marília de Dirceu
#40 Carlos Drummond de Andrade – Claro Enigma
#41 Cecília Meireles – Mar Absoluto
#42 João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço
#43 Dias Gomes – O Pagador de Promessas
#44 Álvares de Azevedo – Noite na Taverna
#45 Ariano Suassuna – Romance D’a Pedra do Reino
#46 Adélia Prado - Bagagem
#47 João Ubaldo Ribeiro – Viva o Povo Brasileiro
#48 Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um Sargento de Milícias
#49 Tomás Antônio Gonzaga – Cartas Chilenas
#50 Graça Aranha – Canaã
#51 Oswald de Andrade – Memórias Sentimentais de João Miramar
#52 Rubem Fonseca – A Coleira do Cão
#53 Castro Alves – Espumas Flutuantes
#54 Raduan Nassar – Um Copo de Cólera
#55 Marques Rebelo – A Estrela Sobe
#56 Ferreira Gullar – Poema Sujo
#57 José de Alencar – Lucíola
#58 Raúl Pompéia – O Ateneu
#59 José Lins do Rego – Fogo Morto
#60 Rachel de Queiroz – O Quinze
#61 Lygia Fagundes Telles – Seminário dos Ratos
#62 Jorge de Lima – Invenção do Orfeu
#63 Jorge Amado – Terras do Sem Fim
#64 Cruz e Souza - Broquéis
#65 Fernando Sabino – O Encontro Marcado
#66 Joaquim Manuel de Macedo – A Moreninha
#67 Caio Fernando Abreu – Morangos Mofados
#68 Murilo Rubião – Ex-Mágico
#69 Monteiro Lobato – O Picapau Amarelo
#70 Murilo Mendes – As Metamorfoses
#71 João Gilberto Noll – Harmada
#72 Autran Dourado – Ópera dos Mortos
#73 Aluísio de Azevedo – O Cortiço
#74 Bernardo Guimarães – A Escrava Isaura
#75 Rubem Braga – 200 Crônicas Escolhidas
#76 Dalton Trevisan – O Vampiro de Curitiba
#77 José Cândido de Carvalho – O Coronel e o Lobisomem
#78 Dyonélio Machado – Os Ratos
#79 Luis Fernando Veríssimo – O Analista de Bagé
#80 Stanislaw Ponte Preta – Febeapá
#81 Mário Faustino – O Homem e a Sua Honra
#82 Paulo Leminski – Catatau
#83 José J. Veiga – Os Cavalinhos de Platiplanto
#84 Osman Lins – Avalovara
#85 Augusto dos Anjos – Eu
#86 Fernando Gabeira – O Que é Isso, Companheiro?
#87 Otto Lara Resende – O Braço Direito
#88 Antônio Callado – Quarup
#89 Sérgio Sant’Anna – A Senhorita Simpson
#90 Luiz Vilela – Tremor de Terra
#91 Ignácio de Loyola Brandão – Zero
#92 Márcio Souza – Galvez, Imperador do Acre
#93 Augusto de Campos – Viva Vaia
#94 Haroldo de Campos – Galáxias
#95 Visconde de Taunay – Inocência
#96 Olavo Bilac – Poesias
#97 Bernardo Élis – O Tronco
#98 Basílio da Gama – O Uruguai
#99 Menotti Del Picchia – Juca Mulato
#100 João Simões Lopes Neto – Contos Gauchescos

Cidades Mortas e Retratos do Brasil

Retratos do Brasil 

 O pré-Modernismo

 A produção literária brasileira do início do século XX foi marcada pela coexistência de manifestações que davam continuidade à arte do século anterior. Não existia uma orientação estética inovadora e unificadora, mas sim a permanência de traços realistas, naturalistas, parnasianos e simbolistas, que se mesclavam e se aplicavam a novos contextos. Havia, porém, uma importante novidade: os autores pré-modernistas iniciavam
a revisão do nacionalismo, trocando o ufanismo pelo questionamento e pela crítica da organização social do país. Essa crítica atingia setores específicos como o Exército, a administração das cidades e as políticas agrícolas, mas às vezes alcançou maior abrangência e chegou até mesmo a propor um novo projeto de país.

O Pré -Modernismo

Os conflitos políticos que originaram, em 1914, a Primeira Guerra Mundial marcaram o início do século XX na Europa. As grandes transformações científicas e tecnológicas do período resultaram em novos posicionamentos do homem diante do mundo, inclusive no campo artístico. Abordagens inéditas foram experimentadas pelas vanguardas, movimentos estéticos que expressavam o dinamismo dos novos tempos e renovavam a arte europeia. Tal cenário, porém, não contagiou a realidade brasileira nesse período. Nossos artistas preferiram aprofundar o olhar para as questões nacionais, passando ao largo das inovações formais que começavam a ser praticadas na Europa.

A seguir estão reproduzidas uma tela do pintor brasileiro Almeida Júnior (1850-1899) e parte do conto "Cidades mortas", do livro de mesmo título publicado por Monteiro Lobato (1882-1948) em 1919. Os dois artistas retratam o interior de São Paulo.

Caipira picando fumo







Almeida Jr.


Cidades Mortas

Pelas ruas ermas, onde o transeunte é raro, não matracoleja sequer uma carroça; de há muito, em matéria de rodas, se voltou aos rodízios desse rechinante símbolo do viver colonial – o carro de boi. Erguem-se por ali soberbos casarões apalaçados, de dois e três andares, sólidos como fortalezas, tudo pedra, cal e cabiúna; casarões que lembram ossaturas de megatérios donde as carnes, o sangue, a vida, para sempre refugiram.
[...]
São os palácios mortos da cidade morta.
Avultam em número, nas ruas centrais, casas sem janelas, só portas, três e quatro: antigos armazéns hoje fechados, porque o comércio desertou também. Em certa praça vazia, vestígios vagos de “monumento” de
vulto: o antigo teatro – um teatro onde já ressoou a voz da Rosina Stolze, da Candiani...
Não há na cidade exangue nem pedreiros, nem carapinas; fizeram-se estes remendões; aqueles, meros demolidores – tanto vai da última construção. A tarefa se lhes resume em especar muros que deitam ventres, escorar paredes rachadas e remendá-las mal e mal. Um dia metem abaixo as telhas: sempre vale trinta mil réis o milheiro – e fica à inclemência do tempo o encargo de aluir o resto.
Os ricos são dois ou três forretas, coronéis da Briosa, com cem apólices a render no Rio; e os sinecuristas acarrapatados ao orçamento: juiz, coletor, delegado. O resto é a mob: velhos mestiços de miserável descendência, roídos de opilação e álcool; famílias decaídas, a viverem misteriosamente umas, outras à custa do parco auxílio enviado de fora por um filho mais audacioso que migrou. “Boa gente”, que vive de aparas.
Da geração nova, os rapazes debandam cedo, quase meninos ainda; só ficam as moças – sempre fincadas de cotovelos à janela, negaceando um marido que é um mito em terra assim, donde os casadouros fogem. Pescam, às vezes, as mais jeitosas, o seu promotorzinho, o seu delegadozinho de carreira – e o caso vira prodigioso acontecimento histórico, criador de lendas.
Toda a ligação com o mundo se resume no cordão umbilical do correio – magro estafeta bifurcado em pontiagudas éguas pisadas, em eterno ir e vir com duas malas postais à garupa, murchas como figos secos.

Monteiro Lobato, J. R. Cidades mortas. São Paulo: Brasiliense, 1995. p. 22-23.
http://prohelenasam.blogspot.com.br