Obrigada pela visita

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Espelhos





ESPELHO



Sou o que tu achas que sou!
Estúpidos devaneios, quanta ironia

Lampejos de insanidade, tu ficas a medrar,

Alegra-se... apressa-se a jogar pedras...

Pro alto...




Sou o que tu queres que eu seja!
Críticas, quanta soberba...

Coletâneas de falsidades, porfias...

Exalta-se...

Corres no tempo para a imagem rotular...

Incauto...




Sou o que tu queres ser!
Falas aos ventos, mil defeitos...

Embalagens de hipocrisias... Triste realidade...

Ensoberbece-se... Mal amado,

Esparramas como fel o mal a tecer.

Malvado...




Sou e não sou... Assim...
Vê-se no mundo sutil, sou o teu vaso real,

Melhor seria, olhar-se no espelho material.

Como vês seus defeitos estão em mim...

Irado...




O reflexo que no espelho estás a julgar.
O nível se transportou,

O vaso sou eu, tu és o autor,

Vives a comparar-se, e aos outros menosprezar.

Equivocado...




Mal sabes tu, no vaso quem vais encontrar...
Existiu um homem perfeito,

Porque defeito, não os tem,

E por ser assim, não os vê em ninguém,

Coroado...






Se ele os tivesse, o mundo não teria salvação,
Estaria a todos a julgar. Quanta pureza!

Não seria no final, advogado de defesa

Que a ti ele virá um dia, quem sabe, para justificar

Amado...





Sou o que queres que eu seja ?
O meu vaso exprime o teu reflexo interior...

Porque assim tu és! Igual a ti nunca serei.

Sou o teu espelho, vem em mim olhar!-se!

Sou teu servo!




Ericléia Josely

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